quarta-feira, 25 de julho de 2007

Coentral - Fragas da Ribeira das Quelhas

Atravessando grandes manchas de Pinheiro Bravo lá chegámos ao Coentral. Povoação simpática com a sua Igreja numa colina proeminente situada nas faldas da Serra da Lousã.

Inicia-se o percurso na aldeia seguindo as placas estrategicamente colocadas.

No final da aldeia junto a uma construção comunitária que alberga os rebanhos da terra, envereda-se por trilho muito pedregoso deixando os castanheiros e carvalhos para trás e ao longo do rio por caminhos apenas adivinhados seguimos deslumbrados.

Águas cristalinas, rodeadas de fetos e flores, formando poças que convidam ao banho ou simplesmente a molhar os pés. Aqui os granitos tomam formas arredondadas acossados durante milénios pela bravura das correntes. Saltitando de margem em margem lá vamos progredindo extasiados com este recanto.Rodeados de montes cobertos de estevas, giestas, rosmaninhos, e um ou outro coto ardido de castanheiro.Vale-nos o leito da ribeira para nos abrigar do sol escaldante, filtrando a luz através de salgueiros, pilriteiros e azevinhos ancestrais. Os granitos dão lugar aos xistos numa linha bem definida que percorre todo o monte e atravessa o leito da ribeira. Finalmente começamos a avistar cascatas cujas águas soltam brilhos inesperados.As cascatas já não nos vão abandonar até às famosas fragas da Quelhas. Nós afastamo-nos durante alguns metros do leito da ribeira subindo por caminhos de cabras quase beijando a flor da urze que ainda abunda. Eis a primeira fraga proeminente que quase temos que escalar agarrando-nos com todos os membros muito colados à parede. O obstáculo ultrapassado parece avisar-nos para o que de facto vem a acontecer – estes não são caminhos para caminheiros inexperientes e mal preparados. Aqui só chega aquele que avisado sabe descobrir passagens e que esteja preparado para equilíbrios difíceis numa mistura de escalada e equilíbrio na subida e ausência de vertigens e “slide” nas descidas. Mas a paisagem gratifica os que conseguem chegar à nascente desta ribeira lá para a Senhora da Saúde. Não foi o nosso caso. Fica para a próxima.














terça-feira, 17 de julho de 2007

Ponte De Lima IV

Já perto das duas da tarde lá circulamos em autocarro em direcção à Pombinha para o repasto composto como é óbvio pelas papas de sarrabulho com todos.Bem retemperados de forças e saciados de paladares aproveitamos ainda para subir ao Monte de Santo Ovídio e desfrutar de umas vistas magníficas do Vale do Lima.
A capelinha de Santo Ovídio pode não curar toda surdeira mas contribui para aguçar a vista. Desde a serra da Peneda até Viana do Castelo os tons de verde multiplicam-se invadidos pelas águas do Lima e serenamente descansamos o olhar na fina linha do horizonte que nos faz adivinhar o mar e nos convida para outras aventuras.





segunda-feira, 16 de julho de 2007

Caminhos de Santiago III - Coussorado - Valença

Pela manhã, bem cedinho, lá fomos pelo caminho empedrado, bem sinalizado, bordeado de latadas, a caminho de São Bento da Porta Aberta. Esta capela bem bonita é objeto de uma romaria muito importante e é conhecida por ter a porta sempre aberta - o que é verdade -, aos peregrinos quwe por aqui passam.

A partir daqui fomos descendo até Fontoura, lugar onde matamos a sede num local onde outrora houve um museu de consertinas. Depois atravessamos a estrada nacional e seguimos por caminhos bem calcetados e cuidados, sempre ladeados de videiras.

Algum pinhal e muito verde, acompanhando uma linha de água quase coberta de vegetação seguimos até avistar a quinta da Bouça - unidade de turismo rural-, atravessamos um ribeiro, que invadiu o caminho, sobre lages centenarias e começamos a observar à nossa volta montes fustigados nos últimos anos por incêndios cíclicos, o que nos entristece e questiona sobre ofuturo destas terras.
Aproximamo-nos já da malha urbana de Valença, organizada de forma caótica, e apesar disso ainda passamos por construções ladeadas por enormes portões que escondem as quintas de outrora.
Já extenuados paramos para apreciar os doces locais - valencianos, e reconfortar-mo-nos no sabor quente de um café. Agora a que visitar a fortaleza.
As ruas estavam esventradas com obras intermináveis e o calor e o pó obrigaram-nos a claudicar.








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