domingo, 9 de maio de 2010

Caminho de Santiago Etapa 1 Burgos – Hornillos del Camino

Muitas povoações se chamam do Caminho, pois cresceram e sobreviveram à volta dele. Algo se deve a Alfonso VI e a sua filha Urraca.
Com 4 graus pela noite e agora apenas 6, saímos do Hotel  Maria Luísa, em direcção ao Albergue Municipal  - Casa do Cubo, para, retomando a Calle Fernan González por trás da Catedral, sairmos pela Arco de San Martín, entroncandode novo no Caminho Francês de Santiago.
Credenciais e carimbos nem vê-los, só depois das 12 Horas se tem acesso aos Albergues e as visitas começam pleas 10H00 da manhã.
Assim, lá fomos à aventura na certeza de que os Hospitaleros, não nos acudariam.
Primeiro contacto um par de brasileiras de S. Paulo – pelo caminho encontramos muitos cidadãos português hablantes, mas portugueses nem vê-los.
Passamos pela Universidade, instalada no antigo Hospital del Rey, fundado por Alfonso VIII, que visitamos. Instalações fabulosas erguem-se à volta do convento das Huelgas e do citado hospital.
Por caminhos rodeados de habitações novas chegamos aos canais do rio Almanzor com o presídio à vista. Um pescador de truta debruça-se sobre a água lançado a amostra contra a corrente. Também já nos tinhamos cruzado com um ou outro pescador de almas. Em Burgos há  muitos. No caminho não tantos.
Em curvas e contracurvas o caminho desenvolve-se tentando evitar as novas vias de comunicação.
Atravessamos, mais uma vez, o rio Arlanzón, e após quilómetros de alcatrão, entramos nos campos semeados de cereal a perder de vista. Primeiro Tardajos e logo Rabé de las Calzadas.
Pelo caminho sucedem-se as nacionalidades – poucos espanhóis, convergindo todos num lacónico “Buen Camino” à nossa passagem. Entabulamos conversa com uma canadiana simpática e de mente aberta e repassamos as últimas novidades escritas sobre o mesmo, passando pelo incontornável e “místico” Paulo Coelho.
Cruzamo-nos com dezenas de caminheiros e ficamos um pouco apreensivos. Onde irão tão apressados?
O facto é que, se não chegares ao Albergue às 12 ou 13 horas, é melhor ires abancar noutra freguesia – dez quilómetros volvidos.
Comecei a ficar triste. Então é isto a peregrinação? É isto e pior.
Após quatro horas de andadura entramos, 21 km percorridos, em Hornillos del Camino. Começamos a aperceber-nos que todos os alojamentos estão completos. A alternativa é fazer mais uma dezena de quilómetros ou solicitar um transporte – casualmente até poderá ser um Táxi, para ir pernoitar noutro lugar – desde que esteja fora do caminho e das etapas do mesmo.
A  Hospitaleira de sertiço no Albergue Municipal confidencia-nos que está perante uma situação incontrolável e que, na noite anterior , mais de uma vintena de “peregrinos” tiveram que pernoitar no Ginásio. O turismo de massas que procura o muito barato está aqui em força. Pudera! Dormidas a 7 euros e com direito a banho …
Regressamos a Burgos e percebemos que com o preço do transporte poderíamos viajar até Paris em autocarro.
O importante, hoje, era conseguir a Credencial que nos abrirá as portas dos Albergues e nos permite usufruir de descontos nas visitas e nas refeições.
Ainda tivemos tempo para visitar a Catedral, e descobrir , no meio de tanta capela, o escudo de Portugal – não fosse Afonso VI nosso avô de estimação

1 Comments:

Blogger tigusto said...

Realmente a coisa parece ter mudado bastante. Posso dizer que fiquei sempre em albergues (Leon/Santiago)chegando por volta das 16, 17h! Só em Sarria dormi na sala porque cheguei cerca das 19h. O que parece não ter mudado é a fraca presença dos portugueses, pelo menos nesta época do ano. Espero que te animes!

sábado, maio 15, 2010 3:09:00 da tarde  

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