sexta-feira, 29 de junho de 2007

Cronicas de Ponte de Lima - caminho de Santiago II







Calçada empedrada, latadas, alguns espigueiros, e subindo suavemente aproximamo-nos da Casa do Barreiro, belo exemplar da casa agrícola do sec. XVII.
Chegamos agora à Fonte das Três Bicas, referida por muitos peregrinos dos sec. XIV ao XVI, auge das peregrinações a Santiago de Compostela, e motivo de lendas e histórias sobre o caminho.
Continuamos a subir e já se adivinha o porto de passagem do vale do Lima para o vale do Coura sobre as copas dos pinheiros. Mas ainda nos faltam uns largos minutos sempre a subir, algumas vezes quase de gatas, para avistar a Casa do Guarda. Atravessamos varias pistas florestais que pouco puderam fazer para impedir o alastramento das áreas ardidas que lá no cimo devastaram todos os picos à nossa volta. Topamos a Cruz dos Mortos ou dos Franceses junto da qual um peregrino do sec.XIX se terá defendido de um meliante que frequentava as redondezas.
Sempre a descer por caminhos de terra batida e troços de calçada chegamos ao local conhecido por Moinhos. Várias azenhas aproveitam o caudal de um pequeno ribeiro para moverem os seus engenhos, alguns ainda em bom estado de conservação. Local muito sombrio e fresco, ideal para uma paragem e um assalto ás merendas. Daqui passamos Cabanas e logo avistamos Agualonga com a sua Igreja proeminente e um solar em ruínas à espera de ideias novas para a sua ocupação. Muita água, alguns ribeiros e mais uma ponte romana. Uma família onde predominam as mulheres ceifa o feno de um campo próximo e amontoa-o em curiosas "bonecas" de palha. O caminho estreita, a vegetação volta a incomodar a nossa progressão mas por pouco tempo. O caminho segue agora pelo alcatrão até uma capela oitocentista muito bem conservada. Voltamos ao caminho bem empedrado e sempre rodeados de quintas chegamos à Igreja Românica de S. Pedro em Rubiães com o seu miliário no largo fronteiriço, que atesta da via romana Antonina que por aqui passava. Descemos até ao rio Coura rodeado de lameiros atascando-nos nas lamas do caminho romano que nos conduz à imponente ponte romana conhecida por ponte velha. Deixamos os caminhos e terminamos, por hoje, junto a uma taberna de gentes simpáticas e conversadoras.

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