quinta-feira, 3 de maio de 2007

Moimenta da Beira I - 22 de Abril

Com o apoio da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, lá fomos à descoberta de novas paragens. Chegados a Ariz onde nos esperava o Presidente da Junta de Freguesia que gentilmente nos explicou a história e algumas estórias daquele local, enquanto aguardavamos pelos técnicos de turismo de Moimenta. O local ou os seus arredores terão sido habitados no calcolítico, conforme confirma o castro nomeado pela população "Castelo dos Mouros", que também deu corpo ao brasão da Freguesia. A igreja datada de 1450(?), erigida sobre uma anterior capela românica, apresenta frescos de grande beleza. O forno comunitário no centro da Aldeia com a escala dos utilizadores afixada na porta. Mas sobretudo o conjunto de casas e palheiros de pedra granítica construídos sobre rochedo eminente pontilhado de sepulturas antropomórficas cavadas na rocha atestam a beleza do local.
Lá fomos calcorreando ao lado da ribeira à procura dos Moinhos, bem conservados e ainda em funcionamento, graças ao Sr. Augusto e à Tia Arminda, que nos presentearam com umas papas de milho preparadas no momento e outras iguarias - delicioso. Depois, um tanto ou quanto mais pesados mas muito satisfeitos, lá atravessámos a ribeira que alimenta os moinhos e irriga as margens onde se cultivam o centeio e o milho que dão vida à "azenha", ganham forma no forno e alimentam quem por ali passa, desde que antecipadamente se contacte os proprietários. Lá no alto os restos do Castro e mais além um Menhir, acolá algumas antas, aqui denominadas orcas. Por todo o lado água brotando pelos campos adivinhando a nascente do rio Varosa. Depois visitámos Alvite, povoado habitado desde o tempo em que a plantação da batata atraiu ao local gentes de outras paragens e origens. Os mais velhos ainda conservam o dialecto que permitia fechar negócios mantendo a sua alma - o segredo! Hoje continuam a mercar produtos comprados aqui e ali e vendidos por todo o país. Algumas velhotas entretinham-se no adro a tecer meias de lã cobertas pelos lenços negros do luto de algum ente querido, que por aqui os costumes ancestrais ainda marcam as almas ... e os corpos. Uma referência ao Museu Etnológico criado e mantido pela associação de moradores de Alvite e magistralmente explicado pela Sr.ª Professora já aposentada. Lá estão todos os utensílios de tempos antigos - até uma carro de bois com a sua cesta de castanho, e muitos versos a contar hábitos não tão longínquos.

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