terça-feira, 13 de março de 2007

Fotografias em palavras

Não tenho fotos que documentem o que passei, nem palavras que expressem o que senti.
Desde Vilar de Amargos, onde visitámos uma capela do séc. XIII, outra do séc. XVII e a figura imponente do jornaleiro - obra recente mas muito curiosa esculpidada numa mole de granito. Até Barca d' Alva foram dezasseis km de sensações e sentidos. Os campos pejados de penhascos graníticos, alguns com formas estranhas, sulcados por cursos de água cristalina. A ribeira de Aguiar, apenas transponível por pontes ou pontões construídos com grandes lajens de granito. E logo de seguida algum vale fértil já manchado pelas margaças, e também os pombais , as quintas e tudo banhado por um sol luminoso e quente a anunciar os montes e tudo o mais que está lá por "Trás" - a chamada Terra Quente. Mais uma colina e, abruptamente, os granitos cedem o seu espaço ás terras xistosas que refrescam as cepas durienses, mas aqui ainda e apenas olivais plantados em socalcos, aparentando centenas de anos. Eis que aqui, ali, mais além manchas de floridas amendoeiras como que a dizer - a primavera já cá canta. Por fim os vinhedos e muitos sulcos sangrando estilhaços de xisto anunciando novas vinhas. Agora já se vêm os montes que comprimem o Douro e as suas águas espelhadas. À vista, num relance, Barca d' Alva. Da Barca que atravessava o rio já se não vislumbram vestígios mas da Alva todos demos notícia.

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