sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Azores - Ilha das Flores Day 2 Ponta Delgada Fajã Grande - Sempre a abrir ... o tempo!

VER MAIS FOTOS Gente simpática, esta do Hotel Ocidental. Após um cafézinho no Pescador em Ponta Delgada, foram colocar-nos exactamente onde o trilho abandona a estrada - menos 2 ou 3 km. Após umas olhadelas para o Forte de Albernaz, com o Corvo lá ao longe, começamos a subir pela canada, chapinhando de charco em charco. As pedras do caminho centenário (mais ou menos quatrocentos anos) há muito que abandonaram o chão que pisamos. apenas alguns degraus cavados na rocha resistem aos muitos anos de abandono.
Lá no alto apascentam vacas e alguns pombos da rocha esvoaçam assustados. As vistas são impressionantes. Mais uma ribeira, mais dois saltos de pedra em pedra e um prado verde imenso convida ao reboleio. Não fosse o vento, intenso, talvez tentasse. O caminho torna-se agora mais difícil, pois os pés atascam-se no lamaçal cavado pelo gado.Num pequeno alto avista-se o Farol e o ilhéu de Maria Vaz. A corda vai esticando e é tempo de esperar pelos mais atrasados. Alguns manifestam a vontade de acampar para a merenda, mas o vento e a esperança de encontrar abrigo mais adiante adiam a paragem. O dia mostra-se limpo, o sol inunda os campos, e a vista perde-se no azul do oceano.
Por fim encontramos um recanto espectacular, junto ao precipício que forma a arriba despida de arbustos. Avistam-se o Farol o Ilhéu Maria Vaz, o Ilhéu de Monchique - o ponto mais ocidental da Europa, a Quebrada Nova, e imaginam-se os fugidos para as Américas saltando para as barcaças, junto aos Fanais.
Prosseguimos com mais uma subida, atravessamos mais uma ribeira, que se precipita em cascata para o mar e numa curva do trilho, sobre uma cancela que impede a passagem do gado avistamos a Fajã Grande.
De cor verde muito forte polvilhada de casinhas e recortada pelos muros dos pastos, de um lado a falésia a pique, muito arborizada, do outro o mar.
Agora vamos caminhando por túneis frondosos e de onde em onde um cascata, à nossa esquerda, refresca-nos os sentidos. Uma cascata envolve uma parede imensa de lava, como que acariciando a rocha negra em soluços de criança. O belo existe e toma múltiplas formas. Aqui as cascatas, a falésia, a vegetação, o azul do mar, o verde das fajãs torna certamente o belo ainda mais belo.
Com dificuldade atravessamos os lamaçais formados pelas quedas de água, sempre à beira do abismo.
De onde em onde cruzamo-nos com algum turista acidental que procura paragens idílicas.
Olhamos a impressionante parede e, olhando para trás, não conseguimos perceber por onde decorre o caminho. Numa curva que contorna a imensa mole de lava o espectáculo é quase indescritível. Aos nossos pés uma baía de azul intenso, na nossa frente o recorte da costa onde o vai-vem das ondas arrastam calhaus, num ruído assustador, à nossa esquerda estendem-se os campos de pastoreio das vacas, mais atrás as casas e a Igreja imponente da Ponta da Fajá, tudo rodeado por uma parede com centenas de metros, por escorrem dezenas de águas em cascata, nas nossas costas a parede ardente de basalto. Apetece ficar por aqui. Descansamos, embrenhados por toda esta maravilha.
A povoação da Ponta da Fajã foi abandonada na sequência de várias derrocadas em 1987 - Junho e Novembro,  mas as casas têm vindo a ser recuperadas, e hoje apresenta-se de cara lavada. As hortas ainda produzem batata doce, milho e inhame e os florentinos aparecem nos fins-de-semana e nas férias.
Atravessamos o povoado e por uma estrada de alcatrão vasmo-nos aproximando do centro balnear da Fajã Grande. À esquerda uma placa indica a Poça do Bacalhau, formada por uma cascata bem nutrida e bem visível. Por um caminho antigo vamos circundando o rolo da Fajã. È tempo de alimentar o corpo e sentamo-nos a desfrutar de tão bonito entorno. Hoje o mar está de ressaca e não nos deixa aproximar. O banho ficará, pois,  para mais tarde nas piscinas naturais de Santa Cruz.



















3 Comments:

Blogger tigusto said...

Esta magnífica paisagem atravessada por caminhos ancestrais, do tempo da exploração da ilha, merece bem este belo relato! E este é só o dia 2...

sábado, setembro 18, 2010 12:45:00 da tarde  
Blogger Unknown said...

Ilha das Flores, ilha do imenso verde, do mar, das cascatas, ilha onde o sol no auge das suas cores se põe...
Ilha de uma beleza desconhecida, onde por caminhos e atalhos e a cada passo que avançamos tudo parece diferente, cada vez mais belo...

Ilha das Flores assim se chama...

Ass: Sofia Machado ( Fajã Grande )

quarta-feira, setembro 29, 2010 9:16:00 da tarde  
Blogger tigusto said...

Olá Sofia! Espero que as coisas lhe tenham corrido de feição. É claro que todos gostámos muito das Flores. Na verdade seria difícil com tal cenário, com tais gentes, com aquele mar! Obrigado pela hospitalidade. Convido-a a ver mais umas fotos em: http://www.facebook.com/album.php?aid=17959&id=100001381148429&l=44bbbbef01

quarta-feira, setembro 29, 2010 10:03:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home


  •