quinta-feira, 22 de abril de 2010

Via Algarviana Day 6 - De Silves a S. Bartolomeu de Messines

Saímos de Silves à hora marcada e após 2 km entrámos na Via. A Via Algarviana, infelizmente, passa ao lado, muito ao lado da cidade de Silves. Ainda estão a tempo de corrigir. Bem sei que haveria que acrescentar mais 2 ou 3 etapas ao percurso total, e aí teríamos mais de duas semanas de caminho. Então façam etapas alternativas.
Bom, então passemos àquele que foi o dia mais penoso para mim. Várias etapas de 30 km e de sobe e desce, mas sobretudo de piso duro e muito alcatrão, e também de muita água nas botas, liquidaram os meus frágeis pés.Assim sendo não me recordo quase nada desta etapa.
O percurso inicia-se ao longo do rio Arade, subindo depois por campos  infindáveis de estevas, desejosas por mostrarem as suas flores intensamente brancas, coroadas apenas por uma mancha vermelha em cada pétala. Ao longe avistamos o Centro de Recuperação do Lince Ibérico. Pares de perdizes aligeiram-nos o esforço e anunciam-nos a Primavera.
Alcançamos um braço da barragem do Arade, que quase de imediato desemboca no paredão da barragem do Funcho. Depois de galgar um desnível considerável atravessamos para a outra margem e por caminho de alcatrão, rodeados de árvores exóticas, atingimos as instalações dos trabalhadores deste complexo, agora praticamente desertas.
Alcançamos, já na subida, um Miradouro devidamente apetrechado com mesas de madeira e paramos para merendar. A simpática colaboradora da Natura abalroa-nos com uma carrinha de apoio, trazendo bolinhos, chá e café. Se não fosse o vento frio e forte que sopra no local teria sido um momento perfeito.
Subimos um pouco mais e chegamos a um caminho de terra batida, que nos vai levar sempre ao longo da albufeira durante um par de horas.
Mais um momento de pausa e entrevistas pois hoje temos cá a TVI. Não sei se correram bem ou mal pois nunca tivemos retorno desses momentos.
O vento fustiga os rostos e está bem visível na ondulação que apresentam as águas deste grande Lago, executado para dar banho aos turistas algarvios.
O caminho afasta-se da barragem e chega a um cruzamento, onde uma placa da Via Algarviana  indica um Turismo Rural - esta é uma boa forma de divulgar os pontos de apoio e também os pontos de interesse.
Os pontos de apoio nestas etapas de 30 km são muito, muito raros. Uma forma de ter o apoio das populações neste tipo de actividades é promover o intercâmbio.
Alguém pede para pararmos, mas os elementos do grupo já muito dispersos, não lhe dão ouvidos - o que interessa é chegar.
Começas a ver as primeiras quintas dispersas, mas sinal de Messines, nem vê-lo.
Ouço vozes e gritos numa encosta próxima e, curioso, tento perceber o que procura aquela gente entre as estevas num campo de escassos sobreiros - alguns com aspecto de que o fogo por ali lavrou - . Seriam cantarelos? Ou seriam pútegas (cytinus)? Não descobri, mas confesso que tenho saudade de comer umas boas pútegas.
Pronto, já estamos alcatroados, e os meus pés não aguentam nem mais um metro. 
Por fim, lá do alto, avistamos São Bartolomeu de Messines, terra famosa desde o tempo da guerra civil entre miguelistas e liberais, onde a figura do Remexido, teve especial relevo.
Felizmente o caminho sai à esquerda por um carreiro antigo que dá acesso a casas e pomares. A lama e os charcos incomodam os nossos passos, mas a paisagem verdejante, as oliveiras centenárias, os laranjais em flor, transformam os últimos metros num passeio muito agradável.
À noite lá fomos jantar, está claro, ao Remexido.  O galo com grão estava delicioso e o local recomenda-se. Via Algarvina                                     VER FOTOS 

1 Comments:

Blogger tigusto said...

Imagens... nem TVI nem outra! Nunca vi imagens desta aventura na TV! Valha-nos as fotos que os participantes vão colocando aqui e ali. Eu sei que é dificil competir com faces ocultas mas há espaço... há espaço!
Quanto aos pés, digamos, que os descobriste!

segunda-feira, abril 26, 2010 11:14:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home


  •