sexta-feira, 12 de outubro de 2012

5 a 7 de Outubro Alto Minho - Alto Lima - Gerês


 Caminha ou Caminha eis a questão? 

Caminha significa, para a grande, maioria ficar estendido a ronronar, para este grupo de Sempre por Maus Caminhos, trata-se de mais um desafio.
Pedra Alçada - 5 de Outubro e VIVA A REPUBLICA    Caminha/Cerveira 2012
Chegamos pelas 11h15 à povoação de Arga de S. João, e desatamos a trepar por ali. Primeiro a igreja românica depois mato, pedras, vestígios dos últimos incêndios e o relinchar dos garranos incomodados com a nossa presença.As primeiras linhas de água começam a ser mais frequentes aqui em cima e convidam a relaxar. Uns quantos acapam estendendo-se pelas grandes moles de granito junto a um regato, abrigando-se do vento ameaçador. Outros sobem pelo monte e logo pelo caminho até à Pedra Alçada. Vistas deslumbrantes à esquerda sobre a foz do rio Minho. O vento sopra cada vez mais forte. Junto a uma pequena lagoa rodeada de erva verde apascenta uma dúzia de garranos. As formas das rochas alertam para uma sessão fotográfica. Estamos em plena serra de Arga. Na descida caminho entre o tojo saltitando entre moles de pedra dura, majestosamente moldada pelos ventos e pelas chuvas, ao longo de milénios.
A merenda espera-me incontornável e a sede é aliviada por copo de vinho tinto. Sabe a glória. Alguém se lembra do nosso aniversariante e os cânticos de parabéns entoados são transportados terra a adentro pelos ventos de noroeste. Magnífico! Continuamos o caminho, agora menos penoso, e passados dois ou três quilómetros iniciamos a descida por caminho empedrado - milenar ou apenas centenário? - Em breve se desvendará o mistério. Ouvem-se ao longe ruídos de águas e ventos. Os novos habitantes da serra empenham-se em levar a luz ás redondezas. Por fim o cantarolar da água caindo em cascata distingue-se  perfeitamente do "ventarolar" das pás dos moinhos. Uma represa convida ao banho. Estamos em Outubro mas a temperatura ronda os 26º. Uns metros de estrada e eis-nos num pequeno paraíso datado do séc. XII - O Mosteiro de S. João de Arga. O recinto está completamente rodeado de muros de pedra trabalhada, deixando no centro a capela, e suportando em três dos seus lados as habitações dos romeiros, outrora as celas dos monges. Dois sobreiros imponentes, de mais de 200 anos, ensombram o local. Cá fora uma mata que resistiu ao fogo e umas quantas mesas para piquenique. A romaria realiza-se em Agosto desde tempos imemoriais. Por aqui passou certamente mais um caminho de peregrinação com destino a Santiago.
Continuamos a descer ao longo do ribeiro, passamos uma ponte, e subindo sempre estamos de regresso a Arga de S. João. Uma vinha maltratada e um castanheiro indicam-nos que estamos próximos da povoação. Ladeados de muros vamos-nos aproximando das primeiras casas. Chama-nos a atenção os inúmeros exemplares de azevinho, alguns já repletos de bagas vermelhas anunciando o inverno. Entramos numa calçada muito perfeita e cuidada e vamos observando os casarões muito bem cuidados do lado esquerdo do caminho. Chegamos a um fontanário, reunimos o grupo - apenas uns 35, creio-, e rumamos a Vila Praia de Âncora.
Invadimos literalmente esta vila piscatória, entramos pela rua 5 de Outubro e desembocamos na Praça da República, pois aqui no Alto Minho está bem vivo na memória esse virar de página da nossa história. Espera-nos uma instalação que anuncia a desfolhada e avisam-nos que o carro já lá vem. Entre dois copos de verde tinto e umas iscas de bacalhau, cismamos sobre o que irá aqui acontecer. Ouvem-se concertinas ao longe e avista-se então o carro. Puxado por duas formosas vacas minhotas, carregado de milho para a desfolhada. Começam então os cantares ao desafio no centro do largo, repleto agora de cores, dos trajes das minhotas, e alegria começa a transbordar. "- Já venho no cortejo quase há uma hora e agora vou mas é comer um pão com sardinha", diz o tocador de cavaquinho. Uma sardinha e dois copos depois, e não resiste mais. pega no cavaquinho e junta-se aos "concertinas" que ainda não pararam de dar aos dedos. afinam-se gargantas, e entre vozes femininas e masculinas o desafio vai-se tornando cada vez mais brejeiro. Assim os deixamos entregues ao tempo, e partimos reconfortados. A feira de sábado em Cerveira, apesar da hora tardia - 5 da tarde -, fervilha de animação. Centenas de galegos, uns mais espanhóis que outros, regateiam preços, mas vão carregados de compras. Os portugueses, raros, nem por isso. Um pequeno passeio por esta magnífica vila leva-nos do mercado até à Igreja Matriz, passando pelo Castelo. Mais uma caminhada de 15 minutos e eis-nos no Hotel Cerveira Inatel, para um descanso mais que merecido.

No caminho, em Caminha, não na caminha
Não vão atrás dele!
As formigas... no carreiro
A calçada ... a caminho do Mosteiro . Uma outra visão
Não podo mais ! A Galicia aqui tão perto
A montanha de pedra e a mata 
De como o garrano atravessou o charco. De tufo em tufo, claro.
Quem vem lá? Atenção ao Dinos!
Lábios sedentos guardam o pináculo
Não pises os ovos!
Pura ilusão
Corta...Ventos
À espera de quê? Abre o portão, pá.

Naturalmente ... Natal
O pontão, a calçada, os muros e ... margens que oprimem
Onde está o Wal.... autocarro?
Olha que ela, está a olhar para ti!


O descanso das lusas ... quase envergonhadas
Planta exalando aromas de Outono 
As concertinas. Toma atenção ao malho
As invasoras ... e as sombras, na Serra d' Arga
A cascata 
A calçada medieval

Voltámos...apesar de nunca termos partido!

Este é o lugar idóneo para arregimentar as gentes para esta tão nobre e salutar atividade de andar a pé e ... sempre erguidos, transmitindo sensações e divulgando experiências apesar de muito poucos retornarem pareceres, sentimentos ou novidades. Apesar de tudo um muito obrigado, aos que por aqui ... se passeiam.

27 e 28 Outubro - Castanhas e castanheiros em Sernancelhe, Freixinho, Paredes da Beira, Penela da Beira, Trevões e muito mais

Festa da Castanha 2012 - Exposalão Sernancelhe

Rota da Castanha e dos Castanheiros



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