segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Moinhos do Pena - Torres Novas - Assentiz

Pelos Moinhos já vale a pena ir à Pena, nos contrafortes da Serra de Aires. Difícil foi tomar um cafézinho. O sol abrasador acompanhou-nos desde bem cedo. Primeiros visitámos os moinhos - fechados, abandonados, recuperados, a fazer de moinho ou de habitação. Daqui apenas terra batida entre olivais. Algumas figueiras ainda lembram os famosos figos pretos de Torres Novas. Os pingo de mel saciaram uns quantos. E os marmelos, pequenos e raquíticos mas deliciosos - autenticamente biológicos. Os figos da índia que muito poucos se atreveram a provar - talvez com receio do pico na língua! O caminho levou-nos até uma vereda em descida acentuada, escondida entre arbustos e pedregulhos calcários até à lagoa - agora seca. Depois deambulámos por trilhos calcários que desenham zigue-zagues entre os olivais. Por fim chegámos ao snack-bar dos Moinhos, ainda fechado. Só abre para os noctívagos...Mas a melhor parte do dia chegou por caminhos estreitos no local do Chícharo - a adega do Alveirão. Grande momento com os comensais a invadiram a propriedade alheia. Por fim chegámos à adega. Dispersos à sombra de uma sobreira altaneira, avistando as vinhas ao longe, rodeados de aromas vínicos, que nos abriram o apetite. Provas e visitas animaram os convivas. Gente simpática estes cinco irmãos, que com ilusão produzem vinho biológico branco e tinto e já com alguns premios.Ainda houve tempo para visitar o Paul do Boquilobo. Tremendamente seco apesar de estarmos em Outubro. As águas do Almonda só aqui se embalsam quando os lençóis friáticos da Serra d´Aires estão a transbordar. Por fim a feira seca dos frutos secos de Torres Novas. Nacional e Internacional. Quer dizer apenas Internacional, pois os as amêndoas vêm dos Estados Unidos e os figos... os figos,  meus amigos, vêm da Turquia - como não havemos de estar falidos!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Alvaiázere - Bofinho e o Chícharo que aqui nos trouxe ...



As curvas do caminho faziam adivinhar o desfecho. Após uns quantos minutos desde a localidade de Cabaços parámos na famosa escola. Aqui a reabilitação não tem como finalidade Associções de Caçadores. Os caminheiros e os passeantes terão uma casa de apoio para os passeios na serra e no barranco da ribeira.
O caminho serpenteia entre casebres de pedra calcária rodeados de pequenas hortas abandonadas. A calçada leva-nos até um caminho de terra bem empinado que parece subir ao céu. As primeiras perdizes encantam o grupo da frente. Seriam para aí uns quarenta aventureiros que debaixo de um sol escaldante de Outubro se aventura nas faldas da Serra de Alvaiázere. Os medronhos já despontam maduros nos arbustos que ladeiam o caminho. Um bando de corvos assustados saltita na encosta à nossa frente para logo desaparecer do outro lado do monte. Já quase no alto avistamos toda a operfeição da Dolina à nossa esquerda. Num cruzamento descobrimos que afinal há mais trajectos em preparação - este à nossa esquerda leva à Fórnea. Com o  grupo bastante esticado atingimos os quatro quilómetros de passeio, praticamente feitos em subida. Contornamos a Serra um pouco acima da Marzugueira - onde alguns avistam um cortejo de Donas Elviras. Vislumbramso Alvaiázere que se estende por boa parte do vale. Estamos em Terras de Sicó e as vinhas salpicam a paisagem ressequida, de brotes verdes. De repente, no caminho sempre a descer que leva ao Pé da Serra, mostra-se um sinal pertubador que quase aponta para o Céu. O trilho segue por uma encosta a pique que nos esgota as últimas forças. Com trinta e muitos graus de temperatura o cansaço abate a mais do que um. Um grande arraial e algumas sombras com bancos anunciam a capela de Nossa Senhora dos Covões. Sítio magnífico e providencial para uma pausa no caminho. Quase todos sacam de um naco de pão com algo para enganar a fome - as doze badaladas acabam de soar. Após um bom quarto de hora chegam os últimos e vamos pensando em retomar o carreiro. Atravessamos a aldeia e por uma vereda tortuosa, cavada na encosta, alcançamos a Associação de Caçadores e campo de treino de cães de caça, para de seguida virar á direita por quintas e casas isoladas. Um cão assusta o mais destemido e logo alguém lembra que o dono é bem mais perigoso. Efectivamente. Um alemão robusto e de bigode farfalhudo começa a grasnar improperios em língua de trapos. Entramos num caminho perfeitamente calcetado e acusamos o aroma intenso que vem das casas da aldeia da Mata, adivinhando os pitéus por detrás das cortinas.Por entre ruínas avistamos um engenho de lagar abandonado. Como se nos abriu o apetite e apenas nos faltam cerca de um terço das léguas totais, aceleramos o passo. Deixamos a última casa da Boca da Mata e entramos numa vereda muito apertada que nos surpreende. Este canal estreito por entre os arbustos desemboca numa linha de água - o Barranco da Ribeira. Após os primeiros 100 metros estamos todos encantados, caminhando lentamente no leito do barranco. Mas...depois vieram mais cem metros que se transformaram em muitos mil no final. No barranco não corria um único fio de água (sorte ou azar?). Os desníveis começam a intensificar-se e lá estavamos nós em pleno caminho "ferrato" - cordas providenciais amarradas na rocha. Vamos voltar aqui, mas com água. Certo? Alcançamos a estrada sem percalços de maior. Apenas um ou outro arranhão, e com o apetite multiplicado por mil , tal o avançado da hora. Chegados a Alvaiázere, ansiosos pelo repasto de Chícharos, entrámos de rompante no restaurante O Brás. Primeiro vieram os pratos, depois os guardanapos, os talheres, os copos, as águas. Um pratinho de petingas, outro de joaquinzinhos, uns quantos pimentos assados, queijos frescos, o pão, a broa. Os vinhos lá foram chegando. Brancos e tintos das terras de Sicó e filhos de vários pais - uns bons outros melhores. E eis que ... os chícharos - os primeiros, aparecem a nado numa terrina de sopa onde pontuam bacalhau e batatas - deliciosa. Eis que chega outro contingente. Desta vez envolvidos em couves, saltedaos, em forma de migas (ou magusto). Depois a chicharada, o cabrito, o leitão, os grelhados, o bacalhau. Tudo acompanhado do omnipresente chícharo. E para gaúdio da populaça as ditas gramíneas ainda vieram em forma de doces - bolo e pudim. Tudo excelente e arrebatador. Depois a visita ao interessante Museu Municipal, e, por fim, uma ida ao Mercado onde os produtos regionais - nozes, figos, avelãs, amêndoas, tomates, batatas, mel, vinho, licores, etc, aliviaram a carteira a alguns.
Dos caminhos desta terra para os caminhos do mundo, nas suas mais diversas formas e aspectos... SEMPRE POR MAUS CAMINHOS. Talvez um dia destes num mau caminho perto de si!











Mais imagens em PICASA

Etiquetas: , , ,

Outubro 2011 Actividades Sempre por Maus Caminhos

2 Outubro
Serra de Alvaiázere - Bofinho 14 km Dificuldade Média
Alvaiázere
5 Outubro
Rota dos Moinhos da Pena Serra d´Aires - 12 km - Dificuldade Média


Paul do Boquilobo - Visita


8 Outubro 
Bombarral - Batalha da Roliça


15 e 16 de Outubro
Proença-a-Nova - Cardigos - 14km,fácil . Aldeia de Xisto de FIGUEIRA


Idanha-a-Velha 10 km, fácil. Festa do casqueiro.

Idanha-a-Velha

22 e 23 Outubro
 Douro Vinhateiro - S. João da Pesqueira

Etiquetas: , ,

Vila Pouca de Aguiar - BIODIVERSIDADE

Biodiversidade regional em observação

Especialistas nacionais ligados à biodiversidade vão estar durante dois dias em Vila Pouca de Aguiar para administrar aulas teóricas e práticas de grupos de trabalho que vão debruçar-se sobre “Lobo; Cogumelos; Morcegos; Veronica Micrantha; Mamíferos Aquáticos; Ecossistemas Ribeirinhos; Aves de Rapina; Matos de Altitude; Répteis e Anfíbios; Qualidade Biológica da Água”.

Com uma forte componente prática, o “1º Seminário de Biodiversidade das Terras de Aguiar” realiza-se a 14 e 15 Outubro, no Mercado Municipal, onde os participantes vão ser integrados nos grupos temáticos e, posteriormente, orientados para a observação in loco, em especial junto das áreas que integram a Aguiar Nature – Rede de Interpretação dos Espaços Naturais e a Rede Municipal de Percursos de Vila Pouca de Aguiar.

No primeiro dia, vão realizar-se painéis explicativos com enquadramento ecológico regional, seguidos de workshops sobre biodiversidade com visitas ao campo. No segundo dia, vão realizar-se mesas redondas para tratamento dos dados recolhidos, debates e conclusões.
Organizado pelo Município de Vila Pouca de Aguiar, o seminário é composto por dez grupos que correspondem às dez temáticas expostas. Cada grupo é composto até um máximo de 15 pessoas. As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias devido ao limite exposto (tel: 259 403 133).

O presidente da Câmara Municipal, Domingos Dias, considera que este seminário é um «evento único a nível nacional» que permite o encontro de especialistas que se debruçam sobre espécies na região, e que contribui para a troca de conhecimentos e partilha de experiências no meio académico, escolar e “amantes da natureza”.  VILA POUCA DE AGUIAR

  •