terça-feira, 28 de setembro de 2010

Açores - Flores e Corvo - 8 a 13 de Setembro de 2010

Dia 5
12 de Setembro.

5º dia na ilha das Flores! Mas o que levará esta gente a estar tanto tempo aqui?!! Ouvi dizer que há gente que "vê" as ilhas todas no tempo que estivemos nas Flores! Não viram, garanto-vos! Quanto muito passaram-lhe a vista por cima! Por falar nisso, neste dia a proposta era a de seguir a  PR3 FLO desde o Miradouro das Lagoas até à Fajã Grande, que estava em festa. Sucederam-se as lagoas, a Comprida, a Funda, a Negra, (são a mesma, não são?!), a Seca e a Branca! É muita lagoa! E belíssimas também com as suas diferentes cores, profundidades e, duas delas, até com diferentes níveis à superfície a poucos metros uma da outra. Antes de subir tempo para admirar as magníficas turfeiras que proliferam nesta zona algo pantanosa e lamacenta. Depois de subir, já por estradão, virámos em direcção à falésia. Fazia sentir-se o vento mas, felizmente, era só ali no topo. Quando começámos a descer a encosta protegeu-nos e o tempo brindou-nos gloriosamente com um belo dia de sol! Via-se a perder de vista e isso deu-nos a oportunidade de poder ver cá de cima claramente toda a zona da Fajã Grande. Um verdadeiro bird view, como dizem agora as opções dos mapas virtuais! Mas se a visão era de pássaro as pernas eram bem humanas e foram essas que usamos com muito cuidado até chegar lá abaixo! Aquilo é uma descida e tanto e, a meio, passei por uma cruz lembrando-me que não sítio para descuidos! Mas todos chegámos bem! Olhando agora para trás não se vislumbra no penhasco o trilho ancestral que utilizámos! Simplesmente não se vê... mas está lá! Era tempo de rumar à festa onde desfrutámos os "comes e bebes", as rifas, as arrematações no adro da igreja, enfim, todo um ambiente de uma vila em festa. Ainda tentámos arrematar uma abóbora de roda mas só conseguimos uma melancia e um pão doce! Aquilo é para quem sabe! Enfim, eram horas de ir andando e já sentíamos também nós um fim de festa que se aproximava. Tinha sido, afinal, o último dia a caminhar nas Flores. Mas podem ver mais  Fotos Aqui  e também um "filminho" para matar saudades. Amanhã será dia para outros voos, primeiro para São Miguel e depois para Lisboa. 

sábado, 25 de setembro de 2010

Açores - Flores e Corvo - 8 a 13 de Setembro de 2010

Dia 4
11 de Setembro.
De volta à "base" das Flores a proposta hoje era aproveitar parte do PR2 FLO  e apimentá-lo com mais qualquer coisinha! Saímos então da freguesia de Lajedo e, pela costa Oeste, seguimos em direcção a Mosteiro e Fajãzinha sendo possível observar alguns ilhéus. Ao longe vislumbram-se umas fantásticas cascatas! Após valente descida chegamos à Fajãzinha onde pudemos recuperar o corpo e a alma com a ajuda de uma "mine"! A organização perdeu a cabeça!! O caminho do PR2 levar-nos-ia à Fajã mas assim não sucedeu! Vamos onde? Perguntaram alguns. Vamos ver uma coisa, é ali já... como Alijó, terão pensado outros! E lá fomos com tempo ainda para trocar 2 dedos de conversa com um austríaco rendido aos encantos desta ilha. Mais à frente, o ensaio prévio do "Menina Estás à Janela", apanhou mesmo de surpresa bonecas, menina e meninos todos à janela! Lindo! Seguimos entre aplausos por caminhos ladeados de "Meninas da Escola" até chegar à estrada que nos permite vencer a Ribeira de Ferreiros e tomar um caminho que indica "Poço da Alagoínha". E não é que é sempre a subir! Valem-nos as enormes árvores que o ladeiam para amenizar a questão. Mas uma coisa é certa, à chegada do Poço da Alagoínha ou Lagoa das Patas, qualquer sinal de cansaço se esvanece perante a exuberância de tal cenário pouco alterado pelo Homem. Tempo para admirar o local, tirar umas fotos e ainda alimentar os ratos do campo que por ali proliferam! Agora o regresso era a descer, pois então, até ao Rolo da Fajãzinha. Daí até ao Restaurante Pôr do Sol era um saltinho... mas a subir, para terminar em beleza. O jantar ia ser servido cá fora, com vista para o ocaso mas um arco-iris insistiu em aparecer, por entre ameaças de chuva que não se concretizaram, (abençoado contrato com o S.Pedro) e embandeirou em arco esta nossa presença! Para finalizar o tempero acrescentou-se o aniversário do Zé Pereira com direito a bolo, espumante e fados! Entretanto nasceu e pôs-se a Lua... era tempo de regressar. Outro dia grande! Podem ver mais FOTOS AQUI e o filme da jornada já a seguir!

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Azores Flores Island - Day 4 - Eu também fui ao Corvo e ao Caldeirão

Estranhamente não tenho fotografias deste evento.  Mas sempre se pode inventar.
O semi-rígido passeou-nos pela costa norte da Ilha das Flores, passando por imensos ilhéus.
Embarcamos no Cais do Boqueirão. Éramos 14. O mar estava quase manso, de leste a virar norte.
Desde o  boqueirão, pela costa, fomos apreciando a Baía da Alagoa, o ilhéu do Garajau - onde nidificam colónias de garajaus, o ilhéu Furado, o ilhéu de Álvaro Rodrigues. Depois fomos entrando nas "Grutas" do Galo e da Catedral, e uma outra que não recordo. As águas dividem-se entre azuis fortes e azuis claros passando pelos turquesas. As quedas de água precipitam-se sobre o mar que nalguns pontos eram aproveitadas para abastecer as naus e os navios de corsários e piratas. Imensas moles de lava basáltica desenham bordados nas encostas lembrando a Calçada dos Gigante na Irlanda.
Apontamos à Ilha do Corvo, e saltando docemente sobre as ondas, atravessamos o grande canal, não sem antes apanharmos alguns banhos.
O dia mostra-se cinzento, as nuvens baixas tapam quase toda a ilha. Começa a chover. Atrasamos a subida ao caldeirão aproveitando para merendar.
Pelas duas da tarde a chuva remete e lá subimos, em carrinhas, até ao rebordo do monumento. As vistas não são muito largas mas prometem.
Iniciamos a descida, com cerca de 300 metros, em direcção ao centro da cratera. Inúmeras vacas apascentam dispersas. Um vaqueiro avisa para termos cuidado, pois o tempo vai piorar. O grupo vai esticando. Contornamos as lagoas a Norte e depois atravessamos entre as duas em direcção ao morro central. Paramos para mais umas fotos e iniciamos a subida. O dia apresenta-se agora completamente limpo e lá do alto podemos apreciar a beleza de todo o conjunto. Os campos estão divididos por muros cobertos de hortênsias. Dizem-nos que apenas uma parte da caldeira é formado por baldios.
Em direcção à encosta norte da ilha os campos, ainda floridos, ponteados de vacas, perdem-se de vista. Na descida apercebe-mo-nos que tudo à volta, são muros, campos verdes e vacas polvilhando o conjunto.
Paramos sobre a vila do Corvo. Campos de milho e casinhas brancas e cor de lava descem até ao mar. Lá ao longe a Ilha das Flores.
Partimos com saudades. Este recanto merece bem a visita, e o passeio de barco é imperdível.
Consultem imagens aqui. Pertencem ao comandante do barco, Carlos Mendes. Gracias.


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Açores - Flores e Corvo - 8 a 13 de Setembro de 2010

Dia 3
10 de Setembro.
Numa ilha de cagarras e garajaus onde não há açores pensámos neste 3º dia ir até ao Corvo . A manhã estava cinzentona e a chuva tinha-me acordado a bater na janela. Mau, pensei eu, lá se foi o passeio ao Corvo! Mas um pequeno almoço foi suficiente para afastar uma quantas nuvens e oferecer-nos aquela janela de oportunidade que precisávamos. E lá fomos embarcando no semi-rígido ajudados pelo Almirante de Mar e Paz, Carlos Toste! Por momentos pareceu-me ver algumas dúvidas nas caras daqueles bravos marinheiros mas foi com certeza impressão minha! Avante, que se faz tarde! Navegámos em mar de pequena vaga que teimava vir na direcção da proa obrigando a embarcação a um bater constante, que entreteve sem permitir que São Gregório pudesse surpreender algum marujo durante estas 15 milhas náuticas! Depois de atracar impunha-se um café! A crise também deve ter aqui chegado em força já que os Irmãos Metralha são agora dignos detentores de um snack-bar! Consta que até o Patinhas foi prás américas, tal é! De boleia até ao bordo da caldeira chegámos com as brumas bem clássicas por estas paragens. Assim sendo rumámos ao fundo da caldeira, já que o nevoeiro não convidava a percorrer as veredas junto às falésias. Aos poucos, a paisagem foi-se revelando debaixo daquele capacete de nuvens! É um lugar e tanto! Durante todo o percurso a luz variou por entre a neblina até esta se dissipar por completo durante a subida, facto que permitiu revelar um sem número de cambiantes nas tonalidades de verdes, azuis e castanhos! Um espanto! Descemos nas carrinhas de novo em direcção à Vila do Corvo de papo cheio, com direito a sightseeing à maneira! O regresso pela tarde foi simplesmente glorioso já que o trajecto até às Flores levou-nos por grutas, rochedos, quedas de água, tudo num azul de uma intensidade que não é fácil descrever. Impressionante! Chegámos repletos de imagens que não iremos esquecer facilmente e, para quem um dia vier até às Flores, não esqueça o Corvo! É já ali! Ora vejam lá!

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Azores - Ilha das Flores Day 3 Caminhando nas Nuvens

VER MAIS FOTOS - As lagoas - Funda e Comprida, apresentaram-se entre brumas. O dia prometia ser penoso pois as nuvens baixas, muito frequentes a partir dos 600 metros, dificultam a progressão e exigem a máxima atenção ao grupo. O carreiro não se distingue entre os arbustos e o piso é muito irregular. Felizmente, hoje não trouxemos chinelos.
A lagoa Funda com os seus 108 metros de profundidade, também chamada negra (já foi), e a lagoa comprida, impressionam com qualquer tempo.
O percurso contorna as lagos até alcançar a estrada que leva ao Morro Alto - 920 metros. Ali topamos com a caldeira seca. Depois viramos à esquerda e enfiamos-nos nos arbustos, tentando percorrer um trilho lamacento, cheio de perigos, e que obriga a constantes desvios. Mais uma vez o gado frequenta estes caminhos deixando um rasto de buracos que exigem muita atenção. Após meia hora de caminhada chegamos à Lagoa Branca, excelente observatório de aves com um abrigo para birdwatching.Ver AVES de Portugal
Hoje, mais uma vez, viemos todos. O mais jovem com 71 anitos nem sequer é o mais lento. Os charcos avisam os mais incautos de que aqui só são permitidas botas... impermeáveis. Ainda temos umas 3 horas de caminho e já levamos os pés encharcados.
O nevoeiro torna-se mais fechado à medida que avançamos na estrada de bagacina. Por aqui ainda se vêem muitas hortênsias floridas - estamos em Setembro -, devido ao facto de a temperatura ser muito mais baixa do que nas Fajãs.
 Fajãs, fajãzinhas, quebradas, fanais, lajedos, rolos e picos, morros, mosteiros... Tudo termos usados no tempo do povoamento. O encanto desta ilha multiplica-se pelas diversas abordagens que o visitante pode escolher - história, geologia, geografia humana (povoamento), paisagem, mar, meio subaquático, birdwatching, meteorologia (aqui nasce o anticiclone dos Açores) - no mesmo dia é possível sentir as 4 estações -.
Subimos mais uns metros - até aos 700 -, e depois, daí, até ao mergulho nas águas azuis da costa ocidental.
O nevoeiro dificulta a coesão do grupo e as pisadas afastam-se do caminho, com frequência. Não fosse o nosso guia, tão experiente e conhecedor destas paragens, em breve, seríamos um grupo tresmalhado. A cancela de madeira avisa - close me. A mim nada me diz, mas denuncia os frequentadores destas paragens. Portugueses nem vê-los - somos para aí o terceiro grupo a visitar a ilha, cirandando.
Não resulta fácil descrever o que nos rodeia - será precipício, será vaca pastando?.
Mais um portão de pau de urze, ou será cedro autóctone, impede a passagem das vacas para o pasto do vizinho. Mas onde é que elas estão? O estômago dá horas e é tempo de procurar um sítio para estender a merenda. Não se vislumbra onde possa ser. O terreno escorregadio e abrupto, e o nevoeiro cerrado, aconselham a prosseguir. Por fim os farrapos das nuvens vão descobrindo campos verdes lá no fundo. Alguém vocifera: - Ainda temos que descer tudo isto? Sim, temos. Cada um procura o melhor local, na encosta íngreme, para se sentar e trincar a merenda. Hoje isto não está para grandes banquetes. Mas alguém destapa a rolha de uma verde garrafa e o precioso líquido alegra mais do que uma alma.
A partir daqui já se vai vendo alguma coisinha, e impressiona. Os verdes, os muros, o mar. Entre cortinas de bruma vão desfilando imagens. Os pombos da rocha voam abaixo de nós. As escadarias de pedra, centenárias, traiçoeiras, resvaladiças, fazem-nos tremer as pernas. Olhando atrás, para cima, parece irreal que o caminho exista e possa ser percorrido por cinquentenários(?). O desafio entusiasma. A adrelina está presente a cada passo. As pedras soltas junto com a folhagem húmida revelam-se armadilhas fatais. Duas ou três quedas o atestam . Ladeados de cedros e urzes, de lava, de verde e lá em cima de breves instantes de azul parece estarmos próximos do paraíso.
Chegamos por fim a uma galeria que desemboca no ribeiro e reunimos o grupo. Todos satisfeitos e maravilhados, mas sem forças para seguir. A neblina não convida ao mergulho, mas a promessa de borbulhas que fluem em líquido de dourado intenso, levam a algumas desistências.
Outros continuam. Por estrada nova e logo pelo caminho ancestral, aventuram-se por trajectos desconhecidos. Mas a 7.ª maravilha, no que a lagoas se refere, atrai a curiosidade e a teimosia de alguns.
As cabras estão ali postadas como que a lembrar-nos o que realmente somos - 600 metros de desnível na Rocha atestam-no.
O caminho desemboca na estrada e pouco à frente começa à esquerda mais um caminho murado, mas pouco batido. Hesitamos e por fim decidimo-nos pelo alcatrão. O adiantado da hora afasta-nos - ou será o receio do desconhecido?, de mais aventuras. Passamos a pedreira, entramos na estrada principal e após a ponte da Ribeira de Ferreiros - intransponível até aos anos 50, entramos num caminho bem empedrado, que nos levará, sempre subindo até à Lagoa das Patas. Pelo caminho, ladeados de arvoredo composto por escassos cedros centenários e muitas cryptomerias, chegamos. As nuvens rasgam o local, acentuando o seu carácter misterioso.
No regresso viajamos até ao Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão, onde aprendemos mais da fauna e da flora desta ilha maravilhosa. Com 75 % da população nidificante de Cagarros e colónias importantes de Garajaus, e a visita regular de outras centenas de espécies de aves, as Flores revelam-se um sítio privilegiado para o Birdwtaching. E do mar o que dizer? Cachalotes, golfinhos, baleias e enormes chernes, bodiões, vêjas, peixes-porco, lírios, írios, garoupas, cavacos, cracas, lapas, e até ameijoas povoam os fundos intensamente azuis destas paragens.
Um agradecimento especial à Marlene que com as suas interjeições em tom jocoso motivou o grupo de sexagenários ao longo de 3 visitas. Ouvir as cagarras ou cagarros











 







sábado, 18 de setembro de 2010

Açores - Flores e Corvo - 8 a 13 de Setembro de 2010

Dia 2
9 de Setembro.
O primeiro "dia total" prometia seguir a PR1 FLO. Esta pequena rota iniciou-se em Ponta Delgada com um troço de uns 2 Km numa cansativa subida em estrada cimentada e terminou na Fajã Grande num total de cerca de 13 Km. Neste percurso fazem-nos companhia o ponto mais ocidental da Europa, o Ilhéu de Monchique, o farol da Ponta de Albarnaz e a incontornável ilha do Corvo. Curiosamente Flores e Corvo já estão na placa americana pelo que, geologicamente falando, são americanos! Não está oficialmente contemplado nesta PR1 um pequeno desvio de cerca de 300m até à Poça do Bacalhau mas nós recomendamo-lo vivamente. Na base dessa grande cascata tomámos (quem quis) um belo banho. Imperdível! Na meta voltámos a repor o sal nos corpos insonsos com um banho neste mar grande! Ficam aqui também alguns registos deste dia.

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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Azores - Ilha das Flores Day 2 Ponta Delgada Fajã Grande - Sempre a abrir ... o tempo!

VER MAIS FOTOS Gente simpática, esta do Hotel Ocidental. Após um cafézinho no Pescador em Ponta Delgada, foram colocar-nos exactamente onde o trilho abandona a estrada - menos 2 ou 3 km. Após umas olhadelas para o Forte de Albernaz, com o Corvo lá ao longe, começamos a subir pela canada, chapinhando de charco em charco. As pedras do caminho centenário (mais ou menos quatrocentos anos) há muito que abandonaram o chão que pisamos. apenas alguns degraus cavados na rocha resistem aos muitos anos de abandono.
Lá no alto apascentam vacas e alguns pombos da rocha esvoaçam assustados. As vistas são impressionantes. Mais uma ribeira, mais dois saltos de pedra em pedra e um prado verde imenso convida ao reboleio. Não fosse o vento, intenso, talvez tentasse. O caminho torna-se agora mais difícil, pois os pés atascam-se no lamaçal cavado pelo gado.Num pequeno alto avista-se o Farol e o ilhéu de Maria Vaz. A corda vai esticando e é tempo de esperar pelos mais atrasados. Alguns manifestam a vontade de acampar para a merenda, mas o vento e a esperança de encontrar abrigo mais adiante adiam a paragem. O dia mostra-se limpo, o sol inunda os campos, e a vista perde-se no azul do oceano.
Por fim encontramos um recanto espectacular, junto ao precipício que forma a arriba despida de arbustos. Avistam-se o Farol o Ilhéu Maria Vaz, o Ilhéu de Monchique - o ponto mais ocidental da Europa, a Quebrada Nova, e imaginam-se os fugidos para as Américas saltando para as barcaças, junto aos Fanais.
Prosseguimos com mais uma subida, atravessamos mais uma ribeira, que se precipita em cascata para o mar e numa curva do trilho, sobre uma cancela que impede a passagem do gado avistamos a Fajã Grande.
De cor verde muito forte polvilhada de casinhas e recortada pelos muros dos pastos, de um lado a falésia a pique, muito arborizada, do outro o mar.
Agora vamos caminhando por túneis frondosos e de onde em onde um cascata, à nossa esquerda, refresca-nos os sentidos. Uma cascata envolve uma parede imensa de lava, como que acariciando a rocha negra em soluços de criança. O belo existe e toma múltiplas formas. Aqui as cascatas, a falésia, a vegetação, o azul do mar, o verde das fajãs torna certamente o belo ainda mais belo.
Com dificuldade atravessamos os lamaçais formados pelas quedas de água, sempre à beira do abismo.
De onde em onde cruzamo-nos com algum turista acidental que procura paragens idílicas.
Olhamos a impressionante parede e, olhando para trás, não conseguimos perceber por onde decorre o caminho. Numa curva que contorna a imensa mole de lava o espectáculo é quase indescritível. Aos nossos pés uma baía de azul intenso, na nossa frente o recorte da costa onde o vai-vem das ondas arrastam calhaus, num ruído assustador, à nossa esquerda estendem-se os campos de pastoreio das vacas, mais atrás as casas e a Igreja imponente da Ponta da Fajá, tudo rodeado por uma parede com centenas de metros, por escorrem dezenas de águas em cascata, nas nossas costas a parede ardente de basalto. Apetece ficar por aqui. Descansamos, embrenhados por toda esta maravilha.
A povoação da Ponta da Fajã foi abandonada na sequência de várias derrocadas em 1987 - Junho e Novembro,  mas as casas têm vindo a ser recuperadas, e hoje apresenta-se de cara lavada. As hortas ainda produzem batata doce, milho e inhame e os florentinos aparecem nos fins-de-semana e nas férias.
Atravessamos o povoado e por uma estrada de alcatrão vasmo-nos aproximando do centro balnear da Fajã Grande. À esquerda uma placa indica a Poça do Bacalhau, formada por uma cascata bem nutrida e bem visível. Por um caminho antigo vamos circundando o rolo da Fajã. È tempo de alimentar o corpo e sentamo-nos a desfrutar de tão bonito entorno. Hoje o mar está de ressaca e não nos deixa aproximar. O banho ficará, pois,  para mais tarde nas piscinas naturais de Santa Cruz.



















quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Azores - Ilha das Flores Day 1 Ventos, chuvas e chinelos

VER MAIS FOTOS Muito impressionante a aterragem. Rasando a arriba, todo torcido, o aeroplano entrou em perfeita oblíqua em direcção à pista. Mas lá aterrou. O pior veio depois. As malinhas foram-se. Nem uma para a amostra. Reclamações e duas horas depois - éramos 14 - todos a comprar chinesices. Aqui na ilha já são dois - bendita concorrência!
Só se aproveitou o almocinho. O meu na SEREIA - caldeirada de congro.. Dos outros não reza a história.
Depois lá fomos, apreensivos, desconfiados, até à Fazenda de Santa Cruz, para mais uma caminhada de 9 km, sacudidos pela ventania, sob a ameaça de chuva e ... de chinelos.
Numa curva da estrada, entre muros e ervas altas esconde-se a levada da central do Pisão. Ao longo da levada saltando troncos, afastando Cana Roca (uma invasora!), pendurados no muro, observando as plantações de laranja, araçá, tamarino, e no fundo da ribeira, de inhame, chegamos à ribeira, quase intransponível. Improvisando atravessámos o caudal e chegámos à barragem. Aqui, entre nuvens baixas e grandes cúmulos e nimbos de tons ameaçadores, deslumbrá-mo-nos com a paisagem. Não vimos o Pico da Sé, mas para lá caminhámos. Logo a seguir fomos dar de comer aos patos, galinhas, aves raras, cabras e "bambis, que povoam o parque Florestal. Ainda vimos saltar as trutas. Agora só nos resta subir e subir por caminho desconhecido. Até ás últimas casas a tarefa revelou-se fácil - iam enganados mas deslumbrados. Mas a chuva já bem presente, o medo do desconhecido e a pouca confiança no guia, e os incontornáveis chinelos, resultaram na revolta da "Bounty" - perdoem-me a comparação, mas com tanta água ... Então dividiu-se o grupo nos UNOS e nos Outros. Uns que de táxi - não havia rede, uns que pela estrada - via-se a Igreja lá ao fundo, outros que desistir nem pensar - seria apenas eu? Assim sendo, votamos democraticamente mas que decidiu fui eu e ... seguimos debaixo da tormenta.
Nas Flores tanto chove como faz sol. O tempo altera-se continuamente, e essa é mais uma das suas atracções.
Pela estrada de bagacina - pedaços de lava da cor do bagaço de vinho -,continuámos, tentando perceber o caminho a seguir à esquerda. Por fim, entre arbustos, desenha-se a "canada". Uma rampa muito inclinada e escorregadia e logo aqueles malditos chinelos. Armados de varapaus improvisados, e após umas quantas quedas chegamos à ribeira - lugar idílico, mas... de preferência com sol, disseram os nostálgicos do ALLgarve - que galgámos em dois ou três saltos. A água iria perseguir-nos por toda a ilha, não esta da chuva, mas aquela que brota por todo o  lado - a Ilha das Flores, é verde, flores e água.
As canadas são geralmente centenárias e asseguravam a ligação entre os povoados. Algumas remontam a Seiscentos e ainda se apresentavam bem calcetadas. Outras foram invadidas pela Cana Roca, e estão impraticaveis. Só nos anos cinquenta, do século vinte se construíram as novas vias de comunicação.
Subindo sempre por empedrados regorgitantes de água, apoiados nos varapaus e calçando modestas chinelas, foram chegando os caminheiros a uma clareira, onde as nuvens os presentearam com mais uma descarga inaudita. Já armados em pintos chegámos ao alto, rodeados de hortênsias ainda em flor e vacas rabugentas apascentando nas ladeiras. Com Santa Cruz à vista, ainda temos tempo para charlar com os simpáticos florentinos que deslocam uma sala de ordenha ambulante - aqui a ordenha vai à vaca.Casas e casinhas depois, rodeados de vistas impressionantes de azuis diversos e com o Corvo lá ao longe arribamos ao Boqueirão. Estava quase completo o 1.º dia de aventuras florentinas. Ainda houve tempo para um mergulho nas piscinas naturais - o sol sempre apareceu -, e os chineleiros foram desencantar melhor calçado nas escassas lojas da vila.























Açores - Flores e Corvo - 8 a 13 de Setembro de 2010

Dia 1
8 de Setembro
Saímos cedo e chegámos cedo às Flores!
E vamos fazer o quê?
Toca a andar que aqui não há "tardes livres!", disse-nos o Guru Residente, Joaquim Moura!
Assim sendo lá fomos na companhia do Sr. Toste e Cª até Fazenda onde seguimos a conduta de água na senda da Reserva Florestal de Recreio Luís Paulo Camacho para picnicar.
Dali saímos já em direcção a Santa Cruz das Flores para visitar o Museu, no Cais do Boqueirão, com tempo ainda para dar um mergulho nas piscinas naturais, isto para quem não tinha sucumbido entretanto ao sono!
Começámos bem!

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