sexta-feira, 20 de abril de 2007

Petiscos e Conversas... por José A. Sardinha

Este vai ser um espaço reservado a comentários de gastronomia e enologia, não sei bem o que irá dar…, há um projecto muito vago da abertura de um espaço de restauração onde se possa fazer bons petiscos e sempre muita conversa, com muita música ao vivo, apreciando também os bons vinhos que temos…

Casais do Forno - 14.04.2007
Já andamos nisto de Caminhadas há bastante tempo e é frequente encontrar nos locais por onde nos deslocamos restaurantes onde somos muito bem servidos havendo mesmo, alguns, que apresentam os pratos típicos muito bem trabalhados em termos de apresentação, enriquecendo a nossa cozinha regional.
Se formos ao centro da questão, a Secção, tem sempre a preocupação de escolher as melhores referências da restauração nas respectivas regiões dentro da margem padrão orçamentada para cada refeição.
Nestes últimos anos tem-se intensificado este tipo de procura e a resposta da restauração tem sido lenta mas começa a surgir com a oferta de mão-de-obra especializada, nomeadamente com os alunos que saem das Escolas Profissionais de Hotelaria. Foi esse o caso recente em S. Pedro do Sul. Ainda bem que é assim. Está-se a colocar no mercado mão-de-obra especializada que vai ter um impacto muito grande nas economias locais. Assim compreendam as entidades empregadoras o quanto importante é ter esse tipo de colaboradores num sector tão importante da nossa economia. Combatendo de vez a vaga de “incompetentes” a servir na restauração sem qualquer certificação, que tanto servem o cliente do lado esquerdo como do direito, que colocam na mesa talheres e copos com dedadas ou uma garrafa de vinho indevidamente “agitada”, já para não falar na cozinha, dado que em determinados pratos colocam salsa, a que também chamam de erva, em vez de utilizarem coentros.
Para um empresário ter sucesso no seu restaurante, só necessita de três coisas: algum dinheiro para o arranque inicial, pessoal de mesa especializado e um bom chefe de cozinha.

À margem de tudo isto, fui encontrar na Região de Loures, em Casais do Forno, no Grupo Desportivo de Casais do Forno, um local simpático onde a boa cozinha faz amigos. É um espaço simples, limpo, que transforma o seu ginásio em sala de refeições. Os euros ganhos em eventos que organiza, vão ajudar as despesas de manutenção desta Associação sem fins lucrativos.

Foi um prazer conhecer o Sr. Joaquim Galrão, homem que começou a fazer cozinhados quando ainda estava na tropa em Angola, nos anos 60, tendo então começado a fazer os seus “pitéus” para os camaradas de armas que, desta forma, saboreando os seus acepipes matavam as saudades que tinham dos seus familiares.

Gastronomicamente foi-nos apresentado uma canja que inicialmente não me despertou muito interesse, mas, quando dei por mim, estava a repetir, pois já estava com “larica”. Anotei os aromas que estava a saborear dos produtos de qualidade, foi o caso da galinha (que não era de aviário). A canja foi confeccionada com massinha, em vez do arroz (tão comum nos nossos pratos). A massinha tem a particularidade de absorver menos o caldo, deixando-o leve e com a consistência suave tão apreciada. As miudezas estavam com uma firmeza muito boa, dando o prazer de as mastigar. Por fim, aquilo que dá gosto à canja, o travo final da hortelã e do meio sal.
Há pessoas que colocam também chouriço, caldos Knorr ou sumo de limão mas tudo isso vai alterar o paladar e nalguns casos, vai aumentar a quantidade de gordura.

O Sr. Joaquim apresentou, como prato principal, uma galinha de cabidela.
Pessoalmente, embora não seja apreciador de cabidela, fiquei rendido com a confecção. Estava muito bem apurada, o molho estava consistente, os temperos utilizados davam um agridoce a prevalecer o qb de vinagre.
Foi de mestre o acompanhamento, não há dúvida que a batata nova cozida com pele, acompanha muito bem. Não veio em nada alterar o prato principal.
O Sr. Joaquim fugiu assim, e muito bem, ao tradicional acompanhamento com arroz.
Para cozinhar com arroz iria haver algumas alterações de paladar, nomeadamente, em relação à confecção-base. O principal ingrediente a juntar seria muita água para cozer o arroz, ter-se-ia de rectificar temperos, o cremoso do molho ficaria diferente em face da ligação com o arroz.
Do modo como foi confeccionado ficou muito bom, tendo sido a única água presente aquela que foi libertada pelos produtos, devido à transpiração da cozedura.

Não podemos colocar de lado salada que serviu de acompanhamento, a frescura das verduras, nomeadamente a alface e os agriões, a cebola nova que veio acrescentar um travo muito agradável à mistura.

O Sr. Joaquim Galrão é um homem com muito bom gosto. Nos seus sessenta e tal anos de vida, mais de quarenta na cozinha, tem vindo ao longo do tempo a adquirir conhecimentos e experiências que fazem dele um Mestre. Portanto há aqui um acumulado de conhecimentos que são transportados para a cozinha e que regala quem tem o prazer de ser seu convidado.

É sabido que faz um Cozido à Portuguesa “de comer e chorar por mais”, em que as carnes ficam em vinha de alhos durante 2 dias e só é confeccionado nos meses de Novembro e Dezembro, altura em que as verduras estão mais macias e são cozidas na 2ª água de cozer as carnes.
Confecciona também umas Favas Guisadas, que só são cozinhadas na segunda quinzena Maio, porque é também nessa época, que as favas são mais macias.

Já para não falar no Pão, amassado pelas suas próprias mãos, assim como o belo Cabrito Assado.

Um dos prazeres da vida é comer. Obviamente com a contenção necessária, devemos continuar a degustar o que de bom tem a nossa cozinha.
O Sr. Joaquim Galrão é um homem simples, que fala abertamente dos seus temperos e dos seus sonhos, é um verdadeiro MESTRE.
Bem haja…

José A. Sardinha

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Ribeira do Bestança Março 2007

Cinfães estava no centro da notícia por aqueles dias, e não era pelos melhores motivos. No jornal el Pais publicavam-se notícias sobre a mão de obra oriunda de Portugal e referia-se aquele concelho do Douro como exemplo do grande número de imigrantes a trabalhar em Espanha na tentativa de fazer face à elevada taxa de desemprego. Dias antes debatia-se, também por terras de Espanha, as condições de escravidão em que viviam e tratabalhavam muitos cidadões portugueses. Efectivamente em conversa com os nossos anfitriões da Associação de Defesa da Ribeira do Bestança confirmou-se o exôdo da população e a desertificação que o concelho vem sofrendo.
E é pena, porque sendo uma região pouco conhecida, talvez por estar afastada das grandes vias, é de uma beleza indescritível. Portanto vamos todos visitar e usufrir desta região, que possui excelentes Casas Rurais, e que com as iniciativas da Associação referida tem todas as condições para ser palmeada.
Aqui temos paisagens de Montanha - serra de Montemuro, vistas deslumbrantes sobre o Douro na foz do Bestanza, encostas de Cerejeiras, aldeias intemporais e paisagens de verde e água a perder de vista. Todos a Cinfães já.

domingo, 15 de abril de 2007

Volta Saloia I - 14.04.2007




http://www.youtube.com/watch?v=Q78rhGENFoo - Veja o resumo da jornada no Youtube.

Saída da pitoresca Pintéus, a apenas 15 Km de Lisboa, numa manhã de sol muito agradável. Após uma primeira subida reagrupámos para observar o horizonte. Ao longe, furando a neblina, podíamos vislumbrar a ponte Vasco da Gama. Fanhões estava ali ao lado e nos cumes circundantes vários aerogeradores fazem agora companhia aos antigos moínhos da zona. A mesma energia, outras finalidades.

Volta Saloia II - 14.04.2007





Passando ao lado de Fanhões dirigimo-nos a Casaínhos. No percurso foi possível observar picotas, ainda em bom estado de conservação, bem como uma anta que se encontra referenciada no interior da localidade de Casaínhos. Infelizmente não possui qualquer informação adicional no local o que acaba por não valorizar o património em causa. Continuando em direcção a Montachique fomos atravessando variadíssimas hortas de batatas, cebolas e favas. Aqui a cidade parece-nos bem longe!! Mais à frente e antes de atingirmos Montachique ainda houve tempo para observar um pouco mais cuidadosamente o Forte de Ribas, uma das muitas "peças" do sistema de defesa das Linhas de Torres. Já no Parque de Montachique, num ambiente muito agradável, fizémos a nossa pausa para petiscar (e bebericar).

Volta Saloia III - 14.04.2007





  • O Museu Municipal de Loures, na Quinta do Conventinho, divulga o património arqueológico, etnográfico e da história local. É um espaço muito agradável mas pareceu-nos carecer de dinamização ao nível das mostras e da animação. Pena a cafetaria com esplanada estar encerrada. Valeu a simpatia das pessoas que nos receberam bem como a descoberta do local. A voltar.

Volta Saloia IV - 14.04.2007





Na zona da Freixeira esperavam por nós amigos dos Casais do Forno que nos guiaram até à Cabeça Grande. Logo para começar uma subida a picar de cerca de 800 m que pareceram ser bastantes mais. Alguém dizia: "Maldita galinha!"... ia ser o jantar e havia que conquistá-lo! Chegádos ao cume a vista é fantástica e valeu a paragem para descansar e reagrupar. Lá ao fundo avistava-se Casais do Forno, o nosso destino, onde acabaríamos o dia com uma bela refeição. Ainda houve tempo e genica para umas partidinhas de matraquilhos, pelo que a organização está a pensar em elevar o nível de dificuldade dos passeios.

domingo, 8 de abril de 2007

Resende III - 01.04.2007



No percurso de S. Martinho dos Mouros até à Gralheira, onde almoçámos, ainda tivemos tempo de visitar a Igreja e Convento de Stª Maria de Cárquere do Séc. XII.

Resende II - 01.04.2007


Igreja românica de S. Martinho de Mouros ( Séc. XII )

Resende I - 01.04.2007




Dia 1 de Abril. Não era mentira, o João Paulo conduziu-nos da zona de Lamego até à Freguesia de Paus por uma estrada só ao alcance de um verdadeiro conhecedor da zona. Avistava-se ao longe Baião e Régua num vale deslumbrante carregado de cerejeiras em plena época de floração. Percorremos depois um caminho suave até S. Martinho de Mouros.

sábado, 7 de abril de 2007

Cinfães III - 31.03.2007

Imagens que já vão sendo raras.

Cinfães II - 31.03.2007



Subindo ao longo margem esquerda do Rio Bestança somos constantemente surpreendidos pela magnífica paisagem, com o Douro sempre presente por perto.

Cinfães I - 31.03.2007

Depois de uma viagem com chuva e frio recebeu-nos Cinfães com um dia de Primavera espectacular. Junto ao miradouro de Teixeirô, avista-se a foz do Rio Bestança que desagua no Rio Douro junto à povoação de Porto Antigo.
Digno de se ver!
Neste ponto foi-nos fornecida alguma informação sobre a zona e em particular sobre o referido rio bem como das actividades e razões da existência da Associação para a Defesa do Vale do Bestança que organizou esta caminhada com o nome A Sagração da Primavera.
Depois desta primeira paragem tínhamos 8 Milhas marítimas pela frente, porque 8 Km não eram certamente...

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